A prefeitura de Piracicaba (SP) está utilizando o vinagre em seu programa de combate à dengue.
A idéia surgiu após a divulgação dos resultados de uma pesquisa feita pelo engenheiro agrônomo Reinado José Rodella.
Os estudos confirmaram que o ácido acético, substância presente no produto, elimina as larvas do mosquito aedes aegypti. A adição de 5ml de vinagre (uma colher de sobremesa) para cada 100ml de água parada é suficiente para combater o mosquito transmissor da doença.
A técnica tem se mostrado eficiente. Desde o início do ano, foram registrados seis casos na cidade. Todos "importados" (contraídos por moradores quando estavam em outras cidades), segundo a prefeitura.
Além da praticidade, a técnica pode representar uma grande economia. O Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, um dos que mais sofre com a doença, investiu nos últimos cinco anos R$ 10 milhões nas campanhas públicas para eliminar os focos de reprodução do mosquito, com a importação de um biolarvicida cubano.
Rui Dammenhain, presidente do Instituto Brasileiro de Auditoria em Vigilância Sanitária (Inbravisa), aprova a idéia. "As principais vantagens do vinagre são a simplicidade e o baixo custo. É uma técnica acessível a todos. Todo mundo tem vinagre em casa", explica.
"Bastaria que todos os brasileiros fossem orientados a usar o vinagre, um produto comum e sem qualquer contra-indicação para que a dengue que sempre nos períodos de chuva, se torna um risco de epidemia em todo o Brasil fosse eliminada", ressalta.
Além dos focos tradicionais de água parada, como vasos de planta e pneus velhos, Dammenhain faz outras recomendações para o uso do vinagre. "Se tivermos o cuidado de colocar uma colherinha de vinagre nos ralos, pode se ter um resultado bastante satisfatório", diz. Ele lembra que o vinagre também pode ser usado para desinfetar verduras antes do preparo para consumo.